Tenta (feat. Gruve)
C57
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Se me vês demasiado calado Demasiado fechado É o meu lado isolado num mundo de tempo roubado Numa tentativa de formular um discurso articulado E quem sabe explicar aquilo que tenho acumulado Quando esquivo o real num arquivo ideal E onde cultivo a minha sanidade mental Emotivo e sentimental mas preocupado É o costume: tenho andado ocupado E se desapareço não é por apreço á ausência Revejo o preço com menos de um terço de paciência No silêncio onde aprecio o berço da inocência É num vazio imenso que eu reconheço a essência Vivo por um fio na ciência da prudência Onde penso e repenso a minha referência A tendência para o extenso senso de dependência Quando palavras dão falência enquanto fogem da demência Duvido da coincidência da solidão crescente Devido a uma exigência que está presente em toda a gente E há na voz um senão que se faz entender Todos nós, sem excepção, temos coisas a resolver Tenta compreender Não é fácil de explicar Se eu tivesse as palavras certas para me expressar Quando eu te falo de mim também me falo de ti Tento encontrar uma forma simples para te mostrar Que quando as mãos seguem e quando os olhos cedem Que eles conseguem falar Eles também gritam e pedem Mesmo que seja no silêncio para racionalizar Só te peço uma coisa: é que tentes não estranhar Se for discreto mas directo e com poucos rodeios Num discurso incompleto e com incertos receios É num retiro que eu inquiro e prefiro o que prevê E aqui respiro e num suspiro eu admiro o porquê Onde eu analizo e organizo um plano de acção Na introspecção escrevo minha própria confissão É na objecção à dicção da multidão Na procura de protecção e de gratidão É uma obcessão de viver a pensar na morte O tempo foi-me ensinando a não contar muito com a sorte Para que a mente comporte um sentido e não ceda ao corte Suficientemente forte para não perder o Norte De passaporte marcado na paz da viagem pensada Porque que se fores sensível trarás uma cruz pesada E conhecemos momentos em que se faz perceber Todos trazemos sentimentos difíceis de descrever Tenta compreender Não é fácil de explicar Se eu tivesse as palavras certas para me expressar Quando eu te falo de mim também me falo de ti Tento encontrar uma forma simples para te mostrar Que quando as mãos seguem e quando os olhos cedem Que eles conseguem falar Eles também gritam e pedem Mesmo que seja no silêncio para racionalizar Só te peço uma coisa: é que tentes não estranhar
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