Lazarento
João Vilar
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Sedento, atento, alçado lazarento Clepsidra, bate o vento Agita a água e leva o tempo Contínuo, fugaz Tanto bate até que faz Mortos os pais e condenado o rapaz À corrida assombrosa P'ra lá da mãe chorosa Emancipado Heróico, eriçado Alvas que hão-de vir Eternidade tão real como um quadro de Vermeer Eu ando assim, ando vago só de mim Com os faróis no zepelim Não consigo dizer não, estou sempre afim Amor fati, yea-sayer Em mim tudo o que couber Gaio, pasmado e espantado de viver O rapaz fica refém De algo que está mais além Desepero de esperar Já só quer correr atrás Qualquer coisa com que sonhara Atento, bento, içado lazarento Clepsidra, sopra o vento Sacode a água e leva o tempo Fustiga até que faz Prego a fundo, todo o gás Morto o mundo inteiro, salvo o rapaz Uma vida invertebrada Na curva de uma estrada Silenciado Cansado, cansado Alvas que hão-de vir Eternidade tão falsa como um quadro de Vermeer Trágica como peça de Shakespeare Ele anda assim, bate bate até que enfim Fura como um berbequim Não consegue dizer não, está sempre afim Amor fati, yea-sayer Guarda tudo o que couber Triste, maravilhado, pasma viver O rapaz fica refém De algo que está mais além Desepera por esperar Só pode correr atrás Qualquer coisa com que sonhara
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"Lazarento Lyrics." Lyrics.com. STANDS4 LLC, 2024. Web. 14 May 2024. <https://www.lyrics.com/lyric-lf/6633163/Jo%C3%A3o+Vilar/Lazarento>.
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